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A estrada do R&B nacional em construção

  • Foto do escritor: Nassor  Oliveira Ramos
    Nassor Oliveira Ramos
  • 13 de nov.
  • 3 min de leitura
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Quando pensamos em quem e como se construiu a estrada que pavimenta o cenário do Rhythm and Blues no Brasil, muitos nomes vêm à mente. Desde os vanguardistas como Cassiano, Tim Maia e Sandra Sá (aka Sandra de Sá), entre outros músicos que cortaram e costuraram o tecido do soul brasileiro — levando adiante a bandeira da nossa musicalidade.


De acordo com a tia da “Black Music”, a singular cantora de Olhos Coloridos (Sandra de Sá), podemos definir essa sonoridade como Música Preta Brasileira (MPB).


Sendo assim, o que tínhamos de mais sofisticado e elegante durante a década de 1970 consistia em uma mistura entre o som vindo dos estadunidenses e as brasilidades. Como em outros gêneros musicais, as mudanças comportamentais da humanidade influenciam o surgimento de subgêneros — e com o R&B não é diferente.


Hoje, temos artistas que buscam referenciar os anos 1990 e 2000, às vezes como se essa fosse a única possibilidade. Há também os que flertam fortemente com o trap, os que adotam uma estética mais próxima ao soul e os que exploram uma linguagem mais pop.

Possibilidades não faltam.


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Mas, se há um artista que consegue misturar todos esses elementos com uma identidade única — e que, ao mesmo tempo, ajuda a pavimentar o caminho para uma nova geração — esse artista é Luccas de Oliveira Carlos, mais conhecido como Luccas Carlos, aka resolve música, aka rei dos refrões, aka rei do novo R&B brasileiro.


Em uma conversa que tive com o próprio, pude fazer alguns questionamentos que venho desenvolvendo há tempos. Será que ele sabe o quanto influencia artistas e fãs?


De forma tímida, ele contou que, um dia antes do nosso encontro, havia feito uma participação no show do cantor e compositor Cjota, que destacou a importância da carreira de Luccas para o desenvolvimento de sua própria trajetória.


Luccas Carlos:

Eu não me vejo assim. Mas, ao mesmo tempo, eu entendo, porque talvez quando ele começou, não tinha um exemplo de alguém que fizesse o que ele faz hoje — a não ser eu.


Definitivamente, há muito de Luccas Carlos no Cjota — e não só nele, mas em muitos outros artistas. Arrisco dizer que uma geração inteira o tem como referência.


Luccas Carlos:

Então, pra mim é muito maneiro, assim, ser um dos representantes, ser o cara que talvez, dessa geração, seja o mais antigo, o primeiro.

Fico muito feliz. E acho que vai vir muita gente foda. Tem muita gente

foda que vocês nunca nem ouviram.


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E isso é a mais pura verdade. Há muitos artistas talentosos e capacitados surgindo e já fazendo um trabalho de bastante consistência. Uma delas é Maria Clara, que se apresenta artisticamente como Nina. A artista se intitula como uma artista 100% de R&B — algo raro e uma decisão mercadológica arriscada.


Isso porque se torna mais complicado se posicionar nas prateleiras da indústria: há desafios na entrada em playlists editoriais, nas negociações de shows... mas, para Nina, isso não é um empecilho.

Sua carreira vem tomando forma em passos muito bem pensados.


Luccas Carlos:

Falei até pra ela: se eu tivesse uma gravadora, eu ia querer ela na minha gravadora primeiro. Acho ela bem foda no que ela faz.



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Alex Hoyte é formando em Publicidade Propaganda e observa o mercado da música como quem busca decifrar códigos culturais. Na intersecção entre cultura, estética e música, cria análises que traduzem o contemporâneo.






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