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Qual é diferença entre o Charme e o Funk?

  • Foto do escritor: Nassor  Oliveira Ramos
    Nassor Oliveira Ramos
  • 27 de nov.
  • 2 min de leitura

Movimentos culturais suburbanos, que impactaram gerações, moldaram

comportamentos e influenciaram a juventude.


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Essa resposta a dupla MC Marquinhos e MC Dolores respondem melhor do que ninguém:

“Um anda bonito e outro elegante”.

A música Rap do Diferença, interpretada pela dupla MC Marquinhos e MC Dolores, funciona como uma espécie de manual de como ser ou identificar um charmeiro ou um funkeiro, por meio das roupas, do jeito de dançar, da forma de se posicionar em ambientes de socialização e principalmente de valorizar uma cultura que é vista como marginal até os dias atuais.

Em alguns casos, as tentativas de desvalorizar os movimentos originários de locais até então desprovidos de atenção são tanto pelo não reconhecimento do valor intelectual quanto financeiro, facilitando a construção de narrativas infundadas e supostamente mentirosas a respeito desses movimentos.

No livro A Lenda do Funk Carioca, do escritor e pesquisador Marcelo Gularte, conseguimos imaginar ou até mesmo retornar para o início dos blacks do Rio de Janeiro, os quais eram alimentados por slogans como “Black is Beautiful”, sendo então um dos responsáveis por estimular uma revolução de dentro para fora em muitos jovens, em destaque para jovens pretos das camadas populares.

Ter feito essa leitura quando mais jovem me fez entender ainda mais os movimentos culturais que se deram em sequência nos anos 70, como o hip hop, o filho mais velho da soul music.

Até porque para os b-boys darem o show de Grandmaster Flash nos guetos norte-americanos, James Brown precisou cantar e vender, em vida, mais de 100 milhões de discos.

Em contraponto às diferenças rítmicas entre o charme e o funk, ambos são atravessados por representarem, além da música, pontos de encontro, celebração e entretenimento para jovens suburbanos.

Recentemente, tive a oportunidade de assistir, junto ao diretor e idealizador Emílio Domingos, ao documentário Black Rio Black Power e me aprofundar nos idealizadores e, em destaque, Mr. Filó, a mente criativa e produtora por trás do movimento Black Rio, que,digamos de passagem, exprime o auge da intelectualização e organização quase “militar” de tanta sinergia e precisão de um movimento 100% black que passou e deixou belos frutos, fato esse que me impressionou positivamente.

Ao revisitar essas narrativas e revisitar figuras que moldaram essa trajetória, percebo que compreender o charme e o funk é também compreender o que foi e o que está por vir.

Sigo esperançoso.


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Alex Hoyte é formando em Publicidade Propaganda e observa o mercado da música como quem busca decifrar códigos culturais. Na intersecção entre cultura, estética e música, cria análises que traduzem o contemporâneo.








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